POTENCIADADES > RAINHA NAGÔ E A VISIBILIZAÇÃO DE CORPOS GORDOS NA MODA

RLS50™ | B50™ | RITA CARREIRA NO DESFILE DE ESTREIA DA RAINHA NAGÔ NA CASA DE CRIADORES – *Foto: MARCELO SOUBHIA/AGÊNCIA FOTOSITE

Frequentemente, quando a moda volta seu olhar para o corpo gordo, vemos sempre uma tentativa em esconder a barriga, os braços e tudo aquilo que evidencie a corporalidade de uma pessoa gorda. O que a moda ajuda a proliferar com essas simbologias é a invisibilidade desses corpos e a reafirmação de padrões inexistentes em uma sociedade tão plural quanto a brasileira.

E é nessa defasagem do mercado de moda que, em 2014, a Rainha Nagô surge exatamente porque, Camila Oliveira e Diego Soares – criadores da marca –, se depararam com uma indústria que não incluía sua corporalidade e invisibilizava suas existências como um todo. Diego conta que quando aumentou sua numeração e passou a buscar roupas para si, não as encontrava ou, quando encontrava, eram sempre roupas que buscavam esconder ou disfarçar características de seu corpo. A partir daí decidiu criar sua própria marca e investir em cursos voltados para a moda. Em 2018 se formou em um curso técnico na área e o reflexo de toda essa trajetória resulta em uma marca que evidencia as potencialidades e beleza desses corpos.

RLS50™ | B50™ | CAMILA OLIVEIRA E DIEGO SOARES, CRIADORES DA MARCA – *Foto: CORTESIA

O trabalho que Camila e Diego realizam só reafirma que “o plus size pode, sim, usar o que quiser e da forma que se sentir bem”. E, nas passarelas da Casa de Criadores – maior evento de moda autoral do país –, os estilistas potencializam essa mensagem com roupas que fogem do óbvio e que evidenciam não apenas a beleza, mas a importância da visibilização de pessoas que não apenas consomem a moda, mas que precisam estar incluídas em todo o processo de estruturação desse mercado.

RLS50™ | B50™ | Joyce Carolina e Dani Rudz para Rainha Nagô – *Foto: Marcelo Soubhia/Agência Fotosite

Enquanto o mercado de moda como um todo for projetado por corpos magros, brancos, cisgêneros e, consequentemente, hegemônicos, toda a pluralidade de corpos existentes em nossa sociedade será invisibilizada. E aqui nos referimos não apenas a visibilização de corpos gordos, mas, também, de pessoas trans, pessoas com deficiência, pessoas indígenas e toda uma pluralidade que ainda têm seus acessos restritos não somente à indústria da moda, mas à sociedade como um todo. É preciso contratar e abrir espaço a essas existências também nos projetos de estruturação dessa indústria. Talvez aí e, só então, caminhemos para uma moda que enxergue para além de existências eurocentradas, mas passe a enxergar e incluir existências reais!

RLS50™ | B50™ | BRENO ROCHA E KAMILA OLIVEIRA PARA RAINHA NAGÔ – *Foto: MARCELO SOUBHIA/AGÊNCIA FOTOSITE

Você pode conhecer mais da Rainha Nagô acessando o Instagram da marca: @rainhanago

Fonte: FFW | Matéria: Jal Vieira | Imagens: Fotosite / Cortesia

Responsável: Robinson Silva | Empresa:  RLS50 CONSULTORIA | Conteúdo: B50
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