Empreendedorismo social promete unir lucro com fazer o bem. É possível?
Empreendedoras sociais descobriram como viver seus sonhos, focados tanto no impacto social quanto nos ganhos financeiros. E essa maneira se multiplica!
Se você sonha em trabalhar com causas sociais, um propósito específico (digamos: ajudar mães empreendedoras) ou questões ambientais, mas acredita que a maioria das pessoas trabalhando para o bem do próximo são voluntárias recebendo menos do que você necessita para viver, trago
novidades interessantes com este artigo.
Empreendedoras sociais ao redor do mundo descobriram uma maneira de viver os seus sonhos, focados tanto no impacto social, quanto nos ganhos financeiros. E essa maneira de pensar está se multiplicando!
Existem dois pontos cruciais para você entender para se tornar uma delas:
1 – empreendedorismo social não precisa ser trabalho voluntário. O empreendedor social pode visar o lucro. É possível sim lutar por uma causa social ou ambiental e lucrar com isso. Porém, existem cuidados a serem tomados;
2 – se você quer ser uma empreendedora social de sucesso, você primeiro precisa entender que a responsabilidade social não pode ser um braço do seu negócio, ela precisa ser o coração do seu negócio, precisa estar na missão, na visão e nos valores do seu projeto. Não é um segmento onde você vai pegar carona em uma causa social, visando apenas lucro. Você precisa estar realmente engajada. Lembre-se dessa frase ao longo do texto: se o negócio nasceu com foco em uma causa, é focado nessa causa que ele terá sucesso.
Existe uma diferença crucial entre uma ONG e um empreendimento social. No caso da ONG, ela surge com o propósito primário de resolver um problema diretamente. Já em um empreendimento social você precisará ir um passo além da resolução direta da questão, identificando um serviço ou produto que criará uma solução para que seu cliente final resolva um determinado obstáculo. Por exemplo, na Kickante nós ajudamos pessoas ao redor do Brasil a fazerem a pré-venda dos seus produtos (livros, CDs, empreendimentos variados), uma vaquinha para necessidades emergenciais (remédios, incêndios, roubos), um financiamento coletivo para causas em que acreditam (artes, ONGs, ativismo) assim como clube mensal para pagamentos recorrentes. Nosso produto é a tecnologia usada para que as pessoas captem os fundos e cobramos um percentual pequeno sobre o valor captado. Resolvemos assim o problema de quem tem um projeto que não saiu do papel, criando uma solução para que nosso cliente final resolva o problema em si.
Uma ONG com o mesmo objetivo abriria um edital de acordo com seus critérios, e financiaria diretamente os projetos com dinheiro próprio. Ambas alternativas têm seus lados positivos e difíceis, e cada uma atende a uma parcela da população em diferentes momentos.
Outro case interessante, de uma mulher brasileira, é a empresa fundada pela professora Neide Sellin. Com o foco de mudar a realidade de deficientes visuais, a hoje empresária Neide Sellin criou em 2014 a start-up Vixsystem, autora do projeto cão-guia robô Lysa.
A ideia nasceu em 2011 dentro de uma escola pública da cidade de Serra (ES), onde Neide dava aula de robótica. Ela se aprofundou na causa, ouviu as dificuldades dos deficientes visuais e criou uma solução para eles.
No Brasil existe uma dura realidade de apenas 100 cães-guias para 6,5 milhões de deficientes visuais. O desequilíbrio é também devido ao custo para se treinar um cachorro para ser cão-guia, o custo médio é de R$ 50.000. Na sua empresa, Neide identificou a oportunidade de resolver o problema,
criando cães-guias robóticos com custos em torno de R$ 9.800. Ao todo dez unidades já foram fabricadas com sucesso. Até o final deste ano, mais 500 serão vendidas. Ou seja, em um empreendimento social todos ganham. Existe a pressão por operações otimizadas, custos baixos,
atendimento do mercado e resolver um problema existente.
Outro exemplo dessa realidade é a Aguawell Light, que em 2015, por meio de uma campanha na Kickante, arrecadou pouco mais de R$ 30 mil. O produto criado pelas brasileiras Flávia Arantes Jensen e Elaine Leal Abade, em parceria com um dinamarquês e um britânico, consiste em um
coletor para chuveiros que capta água limpa desperdiçada durante o banho. O produto coleta seis litros de água enquanto uma pessoa deixa a água correr esperando ela esquentar no começo do banho. Quantidade suficiente de água que pode depois ser usada na descarga, regar plantas ou
outras atividades. Uma solução simples, que ajuda o meio ambiente, ajuda o bolso do cliente e cria para as empreendedoras um produto com benefício social direto.
Estes são apenas três exemplos de empreendimentos sociais liderados por mulheres brasileiras.
Existem centenas de milhares de outros exemplos ao redor do mundo. Espero que esteja inspirada para pensar em um problema ao seu redor que gostaria de resolver. Nas próximas colunas, falaremos mais a fundo de cada passo para que torne o seu sonho um empreendimento rentável.
Até lá, acompanhe outras dicas de empreendedorismo e captação de fundos nas nossas redes:
Busque por Candice Pascoal no Instagram e no Facebook para receber dicas diárias sobre empreendedorismo e estilo de vida da mulher e mãe executiva.
Busque por Kickante no Instagram e no Facebook para receber dicas diárias de captação de fundos e financiamento coletivo.
*Candice Pascoal é CEO e fundadora da Kickante.com.br, premiada plataforma de financiamento coletivo (também chamada de vaquinha e crowdfunding), e autora do best-seller “Seu Sonho Tem Futuro”, lançado em 2017. É a única brasileira ganhadora do prêmio Cartier Women’s Initiative Awards (2017). Nascida em Juazeiro, no interior da Bahia, mora no exterior há 15 anos, tendo liderado grandes empresas nos Estados Unidos e Europa antes de decidir empreender. Atualmente está na Holanda, onde vive com sua família e apoia projetos humanitários.
Fonte: Site Claudia | Colunista: *Candice Pascoal