Dentre as diversas iniciativas estão a inauguração de loja sustentável, parceria com IPT para desenvolvimento de reciclagem em circuito fechado e adoção de métodos para reduzir o consumo de água em até 90%.

RLS50™ | B50™ | Operações sustentáveis serão a grande alavanca para o futuro da Riachuelo Foto: Divulgação

Tornar a sustentabilidade uma engrenagem importante do varejo têxtil é um compromisso que traz desafios permanentes – por exemplo, pelas características dos produtos, o tipo de matéria-prima e as especificidades das cadeias de fornecimento.

A Riachuelo decidiu que o melhor caminho para avançar em suas iniciativas ESG – iniciais do inglês para ambiental, social e governança – seria ter uma estratégia ampla, na qual já tomam parte desde o conselho de administração até os clientes. Assim, com a participação de todos os stakeholders, seria possível ir além das paredes das lojas e levar os avanços sobre o tema a todos os públicos.

Tecnologias para a redução do consumo de água são utilizadas há pelo menos 15 anos pelo Grupo. Mas foi a partir de 2019, que a companhia incorporou critérios de desenvolvimento sustentável em todo seu modelo de negócio, assumindo assim o compromisso de criar valor econômico, social e ambiental para todos os grupos com os quais se relaciona. Exemplo disso, é o Comitê de Governança e Sustentabilidade, que é integrado por três conselheiros da empresa no assessoramento ao Conselho Administrativo da Companhia.

“Tudo que fazemos em termos sustentáveis deixou de ser pertencente a um único departamento para permear toda a estratégia do negócio. Isso leva o propósito da companhia a ganhar tração, porque as pessoas passam a entender não como uma norma que tem de ser seguida, mas porque realmente somos pautados por valores e princípios enraizados na cultura da companhia”, Mauro Mariz, diretor executivo de Gente e Sustentabilidade na Riachuelo.

Esforços ESG e economia circular

Uma das iniciativas mais recentes foi a assinatura de um contrato de dois anos com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo. O objetivo da parceria é desenvolver uma tecnologia que permita transformar resíduos da indústria de confecção matérias primas mais sustentáveis, reduzindo assim, a utilização de matérias primas virgens. O principal objetivo é promover a reciclagem têxtil em circuito fechado, impulsionando a economia circular.

Sob o guarda-chuva da economia circular, a varejista firmou parceria com a Liga Solidária e Cáritas Brasileira instalando coletores em 100% de suas lojas, com o objetivo de recolher peças de roupas usadas, calçados e acessórios de seus clientes de colaboradores, dando um novo destino a elas. O programa gera empregos e renda além de beneficiar 13 mil crianças, jovens, adultos e idosos em situação de alta vulnerabilidade social, atendidos pelas entidades sem fins lucrativos. 56% das peças recolhidas em loja são vendidas nos bazares da Liga e alimentam seus projetos, outros 31% são doados pela entidade para populações vulneráveis e 12% são reciclados, mas não dentro do setor do vestuário. Até o momento, foram coletadas mais de 1 tonelada de roupas. O objetivo da Companhia é conectar cada vez mais as iniciativas sociais às ambientais, tratando suas iniciativas ESG de maneira sistêmica e ultraconectada.

RLS50™ | B50™ | Projetos sustentáveis começaram a ser intensificados a partir de 2019 Foto: Divulgação

Hoje, o processo de produção de nossas fábricas é responsável por gerar 4 mil toneladas de resíduo têxtil por ano – a maioria já é encaminhada para fabricação de outros materiais, como redes, toalhas e tapetes. Essa solução, segundo Mariz, será desenvolvida não para uso exclusivo da Riachuelo, mas para o mercado. Para o executivo, quanto mais empresas e consumidores aderirem essa prática, melhor será para o planeta e para o negócio.

A Riachuelo já tem uma série de iniciativas voltadas à redução dos impactos ambientais em sua cadeia de produção. Exemplo disso é o jeans que passa por um processo de produção que impacta consideravelmente menos o meio ambiente com fibras têxteis sustentáveis, energia 100% renovável e com uma redução de até 85% na utilização de químicos. Além disso, a companhia conseguiu reduzir em até 90% o consumo de água para a sua fabricação. São, em média, 3 litros por peça, enquanto a produção de um jeans convencional utiliza 40 litros por peça. Ainda falando sobre gestão hídrica sustentável, suas duas fábricas possuem estações que realizam o tratamento de 100% da água consumida, e na fábrica de Fortaleza, 70% da água é reutilizada. 

RLS50™ | B50™ | Fabricação de jeans da unidade de Fortaleza conseguiu reduzir em 90% o consumo de água consumida no processo Foto: Divulgação

A companhia, que hoje conta com mais de 360 lojas, é parte de redes que dão transparência ao seu compromisso com a sustentabilidade. A Riachuelo faz parte da Better Cotton (BC), seus fornecedores são certificados ABTEX e também passam por auditorias periódicas para garantir boas práticas e o respeito aos direitos humanos dos trabalhadores. Também é signatária do Forum LGBTI+ e está atuando fortemente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que lhe são materiais.

Na nova loja de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, os clientes têm a oportunidade de ter contato com o propósito da Riachuelo. O projeto da Loja do Amanhã busca reduzir seu impacto no meio ambiente, seguindo um modelo sustentável desde as características arquitetônicas até as peças comercializadas. A partir de 2022, todos os novos pontos de venda da rede varejista seguirão esse novo modelo e as unidades já em funcionamento serão reformadas para atender a esse novo modelo.

RLS50™ | B50™ | Loja do Amanhã servirá de referência para as novas lojas da Riachuelo Foto: Divulgação

Parte desse movimento é vista nos cabides e prateleiras, como a coleção Fitness Mais Sustentável, com peças produzidas com fios de poliamida biodegradáveis Amni Soul Eco® da Rhodia, com o fio LYCRA® EcoMade feito com 20% de elastano reciclado e com estamparia digital da Berlan Têxtil, que durante todo o processo reduz em 90% o consumo de água e em 30% o consumo de energia, se comparado com o processo rotativo. Além disso, foram desenvolvidas peças feitas com matérias-primas com menor impacto ambiental, com fibras mais sustentáveis e tingimento natural.

Impacto Social

Se de um lado existe o esforço de minimizar os impactos no meio ambiente, por outro a rede de varejo de moda busca formas de ampliar positivamente os impactos sociais.  Em 2019, foram contratados 15 mil novos colaboradores – 6 mil deles tiveram pela primeira vez uma carteira de trabalho assinada. “Esse é um pilar da sustentabilidade, porque é uma forma de se ter dignidade por meio do emprego. Essas pessoas deixam de fazer parte do extrato dos desbancarizados, passam a ter acesso a crédito e a realizar sonhos. Vi essa experiência, por exemplo, em uma loja da Riachuelo em São Luís. Uma funcionária contou que, graças ao emprego, pôde pagar as mensalidades da faculdade da filha. Outra comprou uma casa e saiu do aluguel”, diz o diretor executivo de Gente e Sustentabilidade na companhia.

O Projeto Pró-Sertão é outra iniciativa. Por meio de uma parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, a Riachuelo tem em sua cadeia de fornecimento, por meio da Guararapes, pequenas confecções da região.  Desde o início do programa, foram gerados cerca de 5 mil empregos indiretos no interior do estado. “Projetos desse tipo mostram que a visão de sustentabilidade deve ser ampliada e discutida, que deve tratar também da geração de emprego e de renda.”

O executivo sabe que a Riachuelo vai ter de se manter inquieta se quiser ampliar os impactos positivos, tanto os sociais quanto os ambientais e de governança. Para isso, defende Mariz, é preciso atuar por meio de iniciativas de sustentabilidade que permitam a participação também de quem não tem uma relação direta com a companhia, como concorrentes e fornecedores ligados a outras marcas. “Para continuar a ser no futuro uma empresa que viabiliza a transformação de vidas, será preciso seguir atuando de forma sustentável e aberta à jornada de cocriação.”

Mariz acredita atender a esses desafios será a grande alavanca para o futuro da Riachuelo. “Buscamos o tempo todo saber quais são as necessidades que temos de atender para perpetuar os negócios da empresa por mais 70 anos”, diz.

RLS50™ | B50™ | A Riachuelo é parte de iniciativas que dão transparência ao seu compromisso com a sustentabilidade Foto: Divulgação
Fonte: O GLOBO ECONOMIA | Matéria: Riachuelo | Imagens: Divulgação

Responsável: Robinson Silva | Empresa:  RLS50 CONSULTORIA | Conteúdo: B50

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *